quinta-feira, 23 de setembro de 2010

De olho no aquecimento global

Mesmo vivendo num país tropical, a maioria dos brasileiros se preparou para este verão com certa cautela ao se lembrar de 2004. No ano passado, a estação mais quente do ano surpreendeu a todos com temperaturas baixas no Sudeste, secas no Sul e enchentes no Nordeste. Meses antes, os europeus haviam enfrentado um calor recorde, que matou milhares de pessoas, e, na Ásia, chuvas torrenciais deixaram milhares de vítimas. A ciência diz que alguns fenômenos naturais, como flutuações periódicas do brilho solar ou erupções vulcânicas têm efeito temporário sobre o clima. Mas há fortes indícios, afirmam cientistas, de que o clima está mudando mesmo por causa do crescente aquecimento global.

Se de um lado temos de enfrentar as conseqüências ameaçadoras desse aquecimento, de outro convivemos agradavelmente no nosso dia-a-dia com suas potenciais causas. Afinal, nós andamos de carro, ônibus ou avião, que consomem combustíveis. Petróleo também foi queimado para produzir o telefone, o computador, o aparelho de TV ou de som que usamos diariamente. Assim, direta ou indiretamente, colaboramos para o aumento da emissão de gases poluentes, que aceleram o chamado efeito estufa. [...]

Não foi por acaso que esquentaram as discussões sobre o aquecimento global: na última década, uma média de 210 milhões de pessoas por ano foram vítimas de catástrofes causadas por fenômenos naturais associados ao clima, como ondas de calor, enchentes, incêndios florestais, furacões, tornados e ciclones, revelou a Organização Meteorológica Mundial. O prejuízo anual causado por esses desastres chegou perto de 40 bilhões de dólares, e 98% da população atingida vive em países em desenvolvimento. [...]

Em todos os países, é importante poupar energia. Isso inclui desligar a luz, fechar rapidamente a porta da geladeira e até optar sempre que possível pelo transporte coletivo. Também é necessário recuperar áreas degradadas: o tratamento do lixo e do esgoto, além de evitar a poluição do solo e dos rios, evita a concentração de metano na atmosfera. Outra idéia é baratear o uso, na indústria e nos serviços, de energia limpa – a que não causa impacto no ambiente para ser produzida ou consumida. Nas próximas décadas, diz Vesentini, a tendência é diversificar as fontes de energia: biocombustível (feito de álcool, mamona, babaçu etc.) para os veículos, talvez de início misturados ao óleo diesel e, depois, puro; para usinas de eletricidade, energia solar ou das marés. ( Nova Escola, ed. 179, 02/2005 - Lucita Briza . Colaborou Carlos Eduardo Matos)

Saiba mais sobre como ocorre o Aquecimento Global. (iG São Paulo, 27/11/2010) _________________________________________________________________